A família é uma invenção divina, só ousamos nascer depois que ela está pronta. Ela não diminui, só aumenta. Vão nascendo os bebês que crescem tão rápido que a gente nem percebe.
Depois chegam os agregados e vão se juntando aproveitando cada brecha que aparece. A mesa tem que crescer, já não cabem todos. Aqui em casa agora são duas, o que se mostrou uma boa solução, as crianças ficam mais à vontade e nós também.
Não há hora marcada para chegar e nem para ir embora, os cozinheiros chegam antes, arregaçam as mangas e quando a gente menos espera já tem panela no fogo.
Domingo foi um desses dias deliciosos e eu ali, doente, sem poder entrar em minha própria cozinha. Fui expulsa depois de recomendar que não fritassem nada para não sujar as paredes, e lembrar que o chão é branco. Nem para auxiliar me quiseram. Só para trocar segredos como, não conte que essa galinha é do quintal, alguns não comem o que foi criado em casa. Preferem os frandos cheios de hormônios, de carne branca e sem gosto dos supermercados.
E quando os aromas vão se misturando e despertando o apetite, começam os telefonemas aos que demoram mais a chegar. Desconfio que esses têm é medo que sobre trabalho.
E de repente a casa se enche de alegria com os netos chegando, mal pedem a bênção e já correm para o quintal, o local preferido da casa.
O melhor é que ninguém tem pressa de sair da mesa, uns levantam, outros sentam, as conversas se renovam não se vê o tempo passar.
Meio sem graça tive que comunicar que não havia feito sobremesa, teriam que se contentar com sorvete. Mas, calda você faz, vovó? Quem é que resiste? Cortei uma barra de chocolate, juntei manteiga sem sal e pus no microondas. Enquanto isso diz uma calda de açucar mascavo, aromatizei com extrato de baunilha, juntei o chocolate derretido, creme de leite, e levei fumegante para a mesa. Pena que não deu tempo de tirar foto. Dois potes de sorvete e uma tigela de calda desapareceram rapidamente.
Pouco depois a filhota me diz, foi bom mãe, não sobrou nada, nem um grão de arroz, feijão, milho, ervilha, galinha, nada…nada.
Na hora do lanche a gente come o pão que a mamãe sem preguiça já amassou e está assando.
E foi verdade, os que ficaram para o lanche nem esperaram o pão esfriar.
Fiquei emocionada quando o João Victor disse, seu pão é tão gostoso, vovó, que nem precisa passar manteiga, a gente come puro, só com leite.
O almoço estava uma delícia, por isso comemos tudo!! Foi um dia maravilhoso!
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