Que ninguém gosta de adoecer é fato, eu porém ODEIO me sentir adoecida. Não há nada que mais deteste do que ser obrigada a fazer “repouso”. Costumo mesmo dizer que terei muito tempo para repousar depois que deixar essa vida, enquanto aqui estiver quero mais é fazer acontecer.
Sou uma “serie maníaca” assumida, na mesma proporção que não gosto de novelas, adoro seriados. Não à toa meus canais preferidos são Sony, AXN, Universal e outros que seguem a mesma linha. Assisto os episódios inéditos e as reprises, porque o que é bom deve ser repetido até cansar.
Agora, se tiver que ficar deitada só assistindo seja lá o que for, não quero.
Quero fazer meus quilts, criar novos modelos, reinar na minha cozinha, amassar meu pão. Mas, cadê a coragem?
E é aí que começam os problemas, o apetite saiu pela janela ao primeiro sinal de febre e esqueceu de voltar. A frase mais ouvida passa a ser “ você tem que se alimentar” e começo então a fazer uma lista de pratos que podem me apetecer e que depois de prontos nem provo.
Como pão é meu alimento preferido pedi para comprar vários. O aspecto era bonito, mas quando cortei um, que tinha a crosta dourada polvilhada de queijo, era oco por dentro, o miolo era uma coisa massenta e gordurosa. O queijo não era parmesão, era sem gosto de queijo. Passei para outro pão, tinha gosto de papel. Desisti e voltei ao meu repouso forçado.
Observando que minha febre era cíclica, aproveitei os intervalos para tentar fazer um pão decente. Tomei os remédios e esperei que fizessem efeito. Já eram 6h da tarde quando senti a febre ceder, rapidamente fui pesando a farinha e juntando alguns ingredientes, devo confessar, sem pensar muito. Azeite, sal, açucar, água e fermento, mais nada. Minha MFP está na assistência técnica, usei então a planetária e finalizei sovando com as mãos.
Entre sovar, levedar, modelar e crescer algumas horas se passaram, mas às 9 horas, finalmente tirei meu pão do forno. Coloquei na grade para esfriar e fui dormir.
Hoje acordei e lá estava um pão lindo à minha espera, com crosta firme e crocante, miolo denso, macio e esburacado como gosto. Quando cortei o aroma do azeite se perfumou a cozinha. Liguei a cafeteira, abri um vidro de mel orgânico, espalhei sobre aquela fatia tão cobiçada e me senti no paraíso.
Apesar de ter voltado para a cama, agora tenho a certeza que logo estarei livre desse adoecimento fora de hora. Ninguém toma um café da manhã desses impunemente!…
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